Newsletter n. 40


O Futuro do Mercosul após a Cúpula de Mendoza

Tanto o Mercosul quanto a União Europeia (UE) se encontram em uma complexa transição rumo a novas etapas em seus respectivos desenvolvimentos. Em ambos os casos, parece prematuro aventurar-se em prognósticos sobre como elas serão. Os resultados são ainda incertos, mas tudo indica que serão diferentes das etapas anteriores.

Se tudo saísse bem, muito provavelmente seria porque teriam sido preservados os ativos acumulados e capitalizados os ensinamentos do passado. Do contrário, poder-se-ia estar diante de cenários nos quais resultasse difícil excluir o uso da palavra fracasso e, em especial, afrontar suas consequências. A longa história das relações entre nações que compartilham uma mesma região – especialmente no espaço geográfico europeu – indica que, eventualmente, tais consequências possam ser onerosas.

Para além das enormes diferenças que distinguem os dois processos de integração, bem como suas histórias e realidades regionais, a boa notícia é que se observam em ambos os casos debates, em nível das respectivas sociedades, por momentos intensos e até ríspidos, que mostram dilemas metodológicos e, cada vez mais, também existenciais. Quanto mais amplos e inclusivos forem estes debates, melhor será para a legitimidade social de seus resultados.

Um elemento comum nestes debates a ambos os lados do Atlântico é o das crescentes dúvidas apresentadas no que diz respeito a que realmente ainda exista possibilidade para a subsistência de uma distinção entre”nós” – sejam os membros da UE ou os do Mercosul – e”eles” – os terceiros países –, o que reflete uma identidade comum enraizada nas respectivas cidadanias. É como se o”cada um na sua” com toda sua crueza, começasse a substituir a ideia-força, um pouco mais romântica, de”juntos até a morte”. Especialmente na Europa, os cidadãos de alguns países não visualizam como próprios os problemas dos outros sócios. Não veem, então, por que deveriam assumir os custos de ajudar a solucioná-los.
Continua (port)

 

Brasil acelera volta do Paraguai ao Mercosul

A presidente Dilma Rousseff deu o sinal verde para que a volta do Paraguai ao Mercosul ocorra antes das eleições presidenciais de 2013 no país, desde que o novo governo faça um gesto aos demais sócios do bloco de que manterá a democracia funcionando e tente encerrar a relação hostil com o novo membro, a Venezuela. O governo brasileiro, no entanto, ainda espera por um iniciativa dos paraguaios.

O país foi suspenso do bloco em junho, depois de ter feito um processo de impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo. Na avaliação dos demais membros do Mercosul à época – Brasil, Argentina e Uruguai -, a velocidade da decisão negou pleno direito de defesa a Lugo e violou o Tratado de Ushuaia, que estabelece os padrões da conduta democrática do bloco. Para o país ser aceito novamente, os chefes de Estado precisam avaliar que a democracia foi restabelecida, o que, esperava-se, só se daria após as eleições presidenciais, em abril de 2013.

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O Futuro do Mercosul após a Cúpula de Mendoza

Tanto o Mercosul quanto a União Europeia (UE) se encontram em uma complexa transição rumo a novas etapas em seus respectivos desenvolvimentos. Em ambos os casos, parece prematuro aventurar-se em prognósticos sobre como elas serão. Os resultados são ainda incertos, mas tudo indica que serão diferentes das etapas anteriores.

Se tudo saísse bem, muito provavelmente seria porque teriam sido preservados os ativos acumulados e capitalizados os ensinamentos do passado. Do contrário, poder-se-ia estar diante de cenários nos quais resultasse difícil excluir o uso da palavra fracasso e, em especial, afrontar suas consequências. A longa história das relações entre nações que compartilham uma mesma região – especialmente no espaço geográfico europeu – indica que, eventualmente, tais consequências possam ser onerosas.

Para além das enormes diferenças que distinguem os dois processos de integração, bem como suas histórias e realidades regionais, a boa notícia é que se observam em ambos os casos debates, em nível das respectivas sociedades, por momentos intensos e até ríspidos, que mostram dilemas metodológicos e, cada vez mais, também existenciais. Quanto mais amplos e inclusivos forem estes debates, melhor será para a legitimidade social de seus resultados.

Um elemento comum nestes debates a ambos os lados do Atlântico é o das crescentes dúvidas apresentadas no que diz respeito a que realmente ainda exista possibilidade para a subsistência de uma distinção entre”nós” – sejam os membros da UE ou os do Mercosul – e”eles” – os terceiros países –, o que reflete uma identidade comum enraizada nas respectivas cidadanias. É como se o”cada um na sua” com toda sua crueza, começasse a substituir a ideia-força, um pouco mais romântica, de”juntos até a morte”. Especialmente na Europa, os cidadãos de alguns países não visualizam como próprios os problemas dos outros sócios. Não veem, então, por que deveriam assumir os custos de ajudar a solucioná-los.
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Brasil acelera volta do Paraguai ao Mercosul

A presidente Dilma Rousseff deu o sinal verde para que a volta do Paraguai ao Mercosul ocorra antes das eleições presidenciais de 2013 no país, desde que o novo governo faça um gesto aos demais sócios do bloco de que manterá a democracia funcionando e tente encerrar a relação hostil com o novo membro, a Venezuela. O governo brasileiro, no entanto, ainda espera por um iniciativa dos paraguaios.

O país foi suspenso do bloco em junho, depois de ter feito um processo de impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo. Na avaliação dos demais membros do Mercosul à época – Brasil, Argentina e Uruguai -, a velocidade da decisão negou pleno direito de defesa a Lugo e violou o Tratado de Ushuaia, que estabelece os padrões da conduta democrática do bloco. Para o país ser aceito novamente, os chefes de Estado precisam avaliar que a democracia foi restabelecida, o que, esperava-se, só se daria após as eleições presidenciais, em abril de 2013.

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Tanto o Mercosul quanto a União Europeia (UE) se encontram em uma complexa transição rumo a novas etapas em seus respectivos desenvolvimentos. Em ambos os casos, parece prematuro aventurar-se em prognósticos sobre como elas serão. Os resultados são ainda incertos, mas tudo indica que serão diferentes das etapas anteriores.

Se tudo saísse bem, muito provavelmente seria porque teriam sido preservados os ativos acumulados e capitalizados os ensinamentos do passado. Do contrário, poder-se-ia estar diante de cenários nos quais resultasse difícil excluir o uso da palavra fracasso e, em especial, afrontar suas consequências. A longa história das relações entre nações que compartilham uma mesma região – especialmente no espaço geográfico europeu – indica que, eventualmente, tais consequências possam ser onerosas.

Para além das enormes diferenças que distinguem os dois processos de integração, bem como suas histórias e realidades regionais, a boa notícia é que se observam em ambos os casos debates, em nível das respectivas sociedades, por momentos intensos e até ríspidos, que mostram dilemas metodológicos e, cada vez mais, também existenciais. Quanto mais amplos e inclusivos forem estes debates, melhor será para a legitimidade social de seus resultados.

Um elemento comum nestes debates a ambos os lados do Atlântico é o das crescentes dúvidas apresentadas no que diz respeito a que realmente ainda exista possibilidade para a subsistência de uma distinção entre”nós” – sejam os membros da UE ou os do Mercosul – e”eles” – os terceiros países –, o que reflete uma identidade comum enraizada nas respectivas cidadanias. É como se o”cada um na sua” com toda sua crueza, começasse a substituir a ideia-força, um pouco mais romântica, de”juntos até a morte”. Especialmente na Europa, os cidadãos de alguns países não visualizam como próprios os problemas dos outros sócios. Não veem, então, por que deveriam assumir os custos de ajudar a solucioná-los.
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A presidente Dilma Rousseff deu o sinal verde para que a volta do Paraguai ao Mercosul ocorra antes das eleições presidenciais de 2013 no país, desde que o novo governo faça um gesto aos demais sócios do bloco de que manterá a democracia funcionando e tente encerrar a relação hostil com o novo membro, a Venezuela. O governo brasileiro, no entanto, ainda espera por um iniciativa dos paraguaios.

O país foi suspenso do bloco em junho, depois de ter feito um processo de impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo. Na avaliação dos demais membros do Mercosul à época – Brasil, Argentina e Uruguai -, a velocidade da decisão negou pleno direito de defesa a Lugo e violou o Tratado de Ushuaia, que estabelece os padrões da conduta democrática do bloco. Para o país ser aceito novamente, os chefes de Estado precisam avaliar que a democracia foi restabelecida, o que, esperava-se, só se daria após as eleições presidenciais, em abril de 2013.

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